Pesquisadora do PPGBQA-UFSC publica estudo sobre rejuvenescimento na revista Nature Aging
A Professora e pesquisadora Dra Ariane Zamoner (ORCID: 0000-0003-2844-8563), do PPGBQA-UFSC em parceria com os pesquisadores Prof Dr Pedro Fontes Oliveira (ORCID: 0000-0002-4989-5699) e Dr Marco G. Alves (ORCID: 0000-0001-7635-783X), da Universidade de Aveiro, Portugal, publicaram um estudo na conceituada revista “Nature Aging” sobre o potencial terapêutico para o tratamento de problemas de saúde masculina relacionados à idade.
No artigo científico, em que a docente do PPGBQA-UFSC é primeira autora, os pesquisadores discutem uma nova possibilidade de mitigar as consequências do envelhecimento testicular, com efeito anti-envelhecimento sistêmico. Especificamente, os pesquisadores discutem de que modo a administração de ML-SA1 foi capaz de promover o “rejuvenescimento” das células somáticas testiculares que sustentam a produção de espermatozoides, as células de Sertoli (SCs), restabelecendo a produção de testosterona pelas células de Leydig. Esse tratamento não aliviou apenas os sintomas de hipogonadismo associados à idade, mas permitiu também a reversão da atrofia testicular. O restabelecimento da produção de testosterona associado a esse tratamento pode ainda mitigar os sinais de envelhecimento sistêmico aumentando também a estamina, o que sugere uma possível forma de retardar o envelhecimento em homens. Dessa forma, a pesquisa apresentou uma alternativa terapêutica promissora para o rejuvenescimento testicular, capaz de mitigar os efeitos sistêmicos da idade nos homens, abrindo novos caminhos para a melhoria da saúde e qualidade de vida masculina.
Veja o artigo completo no link
Na foto o Dr. Pedro Fontes Oliveira (esquerda), professor de Bioquímica do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, a Dra. Ariane Zamoner Pacheco de Souza (centro), professora visitante na Universidade de Aveiro pelo Programa CAPES/PrInt, e Dr. Marco G. Alves (direita), investigador Principal no Departamento de Ciências Médicas (DCM), Instituto de Ciências Biomédicas (IBIMED) da Universidade de Aveiro.
Seminário PGBQA – Dra. Sílvia Conde
Prêmio CAPES de Tese – Edição 2024
A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica informa que a Tese intitulada “Modulação do metabolismo da tetraidrobiopterina em condições inflamatórias”, defendida pela Drª Tuany Eichwald, sob a orientação da Professora Alexandra Susana Latini, foi selecionada para representar o Programa no Edital referente ao Prêmio CAPES de Tese – Edição 2024.
Seleção de Mestrado 2024-1
A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica (PPGBQA) da Universidade Federal de Santa Catarina faz saber que estarão abertas, pelo período de 17/11/2023 a 16/01/2024, as inscrições para o Processo de Seleção e Admissão no Programa, em nível de MESTRADO. Há um limite de 16 (dezeseis) vagas com matrículas a partir do mês de Fevereiro de 2024.
Para mais informações, acesse a página “Seleção de Mestrado“.
Inscrições homologadas: Mestrado PPGBQA Edital 2/2023
Nota da prova escrita e cronograma das entrevistas: Resultado prova Mestrado Edital 02-2023
Resultado: Edital 2-2023 Resultado
Seleção de Doutorado 2024/1
A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica (PPGBQA) da Universidade Federal de Santa Catarina faz saber que estarão abertas, pelo período de 27/11/2023 a 19/02/2024, as inscrições para o Processo de Seleção e Admissão ao PPGBQA em nível de DOUTORADO. Há um limite de 20 (vinte) vagas com matrículas a partir do mês de março de 2024.
Para mais informações, acesse a página “Seleção de Doutorado“.
___________________________________________________________________________________________________________________________
Óleo presente no azeite de oliva pode combater morte de células por excesso de ferro
Em 1992, uma criança de poucos meses morreu quando seu irmão de dois anos lhe deu mais de 30 comprimidos brilhantes e coloridos. Dentro dos comprimidos estava o metal ferro, mortal quando ingerido em excesso. O uso dos comprimidos em níveis adequados pela mãe das crianças caracterizava uma suplementação dietética, pois o ferro é essencial para os seres humanos e sua carência também causa efeitos deletérios à saúde.
O grupo de pesquisa coordenado pelo professor Marcelo Farina, do departamento de Bioquímica da UFSC, tem estudado como o excesso de ferro causa danos aos organismos e como algumas moléculas de gordura (lipídeos) protegem contra lesões causadas pelo ferro. Em um estudo conduzido em colaboração com pesquisadores estadunidenses e espanhóis, o grupo de pesquisa coordenado pelo professor Farina descobriu que um dos principais mecanismos pelos quais o excesso de ferro causa danos é através da indução de ferroptose, um tipo de morte celular ainda pouco conhecido e caracterizado pela intensa oxidação de lipídeos nas membranas das células. O trabalho foi financiado pela Capes, CNPq e Fapesc.
De acordo com o professor, os efeitos danosos do excesso de ferro não ocorrem apenas em casos graves de intoxicação aguda. “De fato, há uma doença humana nomeada hemocromatose e caracterizada pelo excesso de ferro no organismo devido a defeitos genéticos ou à necessidade de repetidas transfusões de sangue, o qual possui elevados níveis deste metal”, explica.
Segundo ele, há evidências científicas suportando uma associação entre níveis de ferro e envelhecimento e apontando para o acúmulo de ferro em doenças relacionadas ao envelhecimento: pacientes com doença de Parkinson apresentam níveis elevados de ferro em determinadas regiões do sistema nervoso central. Dentre os tratamentos atualmente disponíveis para indivíduos com excesso de ferro no organismo, destaca-se a flebotomia (sangramento) e o uso de medicamentos quelantes, que se complexam com o ferro e facilitam sua eliminação.
O estudo, que se baseou em modelos experimentais utilizando o nematoide Caenorhabditis elegans, camundongos e linhagens celulares humanas, detectou um composto lipídico nomeado ácido oleico, um ácido graxo monoinsaturado presente em abundância no azeite de oliva, como molécula protetora capaz de inibir a ferroptose. A consequência seria a proteção contra os danos induzidos pela sobrecarga de ferro nos três modelos experimentais.
“O estudo sugere que estratégias nutricionais baseadas na utilização de ácidos graxos monoinsaturados, como o ácido oleico, podem mitigar o dano induzido pelo excesso de ferro, o que poderia representar uma estratégia terapêutica adicional”, explica o professor. “Interessantemente, o ácido oleico faz parte da dieta mediterrânea, que está associada à saúde e à longevidade”, reforça.
Outro mecanismo desvendado no estudo foi o envolvimento de uma proteína-chave que determina se o ácido oleico pode ser protetor. Nesse caso, a proteína PPAR-alpha (do inglês peroxisome proliferator-activated receptor-alpha) foi considerada fundamental para a capacidade do ácido oleico de proteger contra o dano induzido pelo excesso de ferro em células e nematoides.
Os resultados do estudo foram divulgados em um artigo científico publicado no periódico Cell Chemical Biology, o qual traz como primeira autora a pesquisadora Josiane Mann, que foi orientada pelo professor Marcelo Farina durante doutorado no Programa de Pós-Graduação em Neurociências e atualmente bolsista de pós-doutorado em Bioquímica. A equipe da UFSC também contou com a doutoranda Melania Santer e o professor Alcir Dafré. O trabalho também é assinado pelo professor Brent Stockwell (Columbia University, Estados Unidos), que coordenou o trabalho pioneiro que culminou na descoberta da ferroptose há cerca de uma década.
Veja a reportagem em: https://noticias.ufsc.br/2023/11/oleo-presente-no-azeite-de-oliva-pode-combater-morte-de-celulas-por-excesso-de-ferro-diz-pesquisa-da-ufsc/
E o artigo na íntegra: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2451945623003732?via%3Dihub